quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

De onde Vem? (2)

Já parou para pensar no significado das expressões que usamos, exemplo: conto-do-vigário, rasgar a seda, chato de galocha...?
Aqui vai mais uma:

Conto-do-Vigário
Uma imagem de Nossa Senhora dos Passos doada pelos espanhóis à cidade de Ouro Preto (MG) originou uma disputa entre os vigários de duas igrejas, a de Nossa Senhora do Pilar e a de Nossa Senhora da Conceição. Para resolver o impasse, o vigário de Pilar sugeriu que a imagem fosse colocada em cima de um burro no meio do caminho entre as duas igrejas. O rumo que o animal tomasse decidiria com quem ficaria a imagem. Quando foi solto, o burro imediatamente se dirigiu à igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele pertencia ao vigário de lá.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dois Irmãos

Zana teve de deixar tudo: o bairro portuário de Manaus, a rua em declive sombreada por mangueiras centenárias, o lugar que para ela era quase tão vital quanto a Biblos de sua infância: a pequena cidade no Líbano que ela recordava em voz alta, vagando pelos aposentos empoeirados até se perder no quintal, onde a copa da velha seringueira sombreava as palmeiras e o pomar cultivados por mais de meio século.Perto do alpendre, o cheiro das açucenas-brancas se misturava com o do filho caçula. Então ela sentava no chão, rezava sozinha e chorava, desejando a volta de Omar. Antes de abandonar a casa, Zana via o vulto do pai e do esposo nos pesadelos das últimas noites, depois sentia a presença de ambos no quarto em que haviam dormido. Durante o dia eu a ouvia repetir as palavras do pesadelo, "Eles andam por aqui, meu pai e Halim vieram me visitar... eles estão nesta casa", e ai de quem duvidasse disso com uma palavra, um gesto, um olhar. Ela imaginava o sofá cinzento na sala onde Halim largava o narguilé para abraçá-la, lembrava a voz do pai conversando com barqueiros e pescadores no Manaus Harbour, e ali no alpendre lembrava a rede vermelha do Caçula, o cheiro dele, o corpo que ela mesma despia na rede onde ele terminava suas noitadas. "Sei que um dia ele vai voltar", Zana me dizia sem olhar para mim, talvez sem sentir a minha presença, o rosto que fora tão belo agora sombrio, abatido. A mesma frase eu ouvi, como uma oração murmurada, no dia em que ela desapareceu na casa deserta. Eu a procurei por todos os cantos e só fui encontrá-la ao anoitecer, deitada sobre folhas e palmas secas, o braço engessado sujo, cheio de titica de pássaros, o rosto inchado, a saia e a anágua molhadas de urina.Eu não a vi morrer, eu não quis vê-la morrer. Mas alguns dias antes de sua morte, ela deitada na cama de uma clínica, soube que ergueu a cabeça e perguntou em árabe para que só a filha e a amiga quase centenária entendessem (e para que ela mesma não se traísse): "Meus filhos já fizeram as pazes?". Repetiu a pergunta com a força que lhe restava, com a coragem que mãe aflita encontra na hora da morte.Ninguém respondeu. Então o rosto quase sem rugas de Zana desvaneceu; ela ainda virou a cabeça para o lado, à procura da única janelinha na parede cinzenta, onde se apagava um pedaço do céu crepuscular.

Trecho do livro Dois Irmãos, de Milton Hatoum.
Mais informações? Clique aqui.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SuSiRo (2)

Mais uma de nossas inúmeras fotos...
Em breve, fotos inéditas!
Sorrisos sempre! (rs)


De onde Vem? (1)

Já parou para pensar no significado das expressões que usamos, exemplo: conto-do-vigário, rasgar a seda, chato de galocha...?
Por isso, começamos uma série que informa como surgiram essas expressões... Promete, hein!

Boi na linha
A primeira estrada de ferro do Brasil foi construída pelo Barão de Mauá e ia de Raiz da Serra à Petrópolis. O projeto não previa a colocação de cercas ao redor dos trilhos, por isso é comum que rebanhos de bois cruzassem ou até deitassem nas linhas. Isso obrigava os ferroviários a pararem a máquina para expulsar os animais do caminho. Por isso surgiu a expressão "tem boi na linha".

Eu te amo não diz tudo...

EU TE AMO NÃO DIZ TUDO
(Arnaldo Jabor)

O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas.
Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando for preciso.
Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,
e vê-lo(a) tentar reconciliar você com seu pai,
é ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d’água.
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe quetudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhumse sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
quem não levanta a voz, mas fala;
quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Parabéns, São Paulo!

No dia 25 de Janeiro, há 455 anos, nascia aquela que seria a maior cidade do país, mesmo em meio a tantos contrastes.

Aqui vai uma singela homenagem do antes e depois de uma de suas grandes avenidas.

- Av. São João, 1914 (em direção ao Vale do Anhangabaú, próxima à Rua São Bento).


-Av. São João, 1970


-Av. São João, atualmente.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Um brinde a Edgar Allan Poe



  • * Hoje, 19 de Janeiro, seria o aniversário de um dos maiores escritores da Literatura Norte-Americana: Edgar Allan Poe. Nascido no ano de 1809, em Boston, Massachussets, Poe foi escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor. Poe é considerado, juntamente com Julio Verne, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas.
    * A morte do escritor é cercada de mistérios. No dia 3 de outubro de 1849, ele foi encontrado pelo tipógrafo Joseph Walker delirando e vagando pelas ruas de Baltimore, Maryland. Vestia roupas que não lhe pertenciam e chamava pelo nome de "Reynolds", um explorador polar da época.
    * Edgar Allan Poe morreu na madrugada do dia 7 de outubro de 1849, aos 40 anos. Seu atestado de óbito diz que ele foi vítima de uma "congestão cerebral". Embora a verdadeira causa de sua morte seja desconhecida, acredita-se que ela tenha sido motivada pelo alcoolismo e por doenças como sífilis, raiva ou diabetes.
Aqui, um trecho de um dos mais conhecidos poemas de Poe.

THE RAVEN

Once upon a midnight dreary, while I pondered, weak and weary,
Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,
While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,
As of someone gently rapping, rapping at my chamber door.
" 'Tis some visitor," I muttered, "tapping at my chamber door;
Only this, and nothing more."

Ah, distinctly I remember, it was in the bleak December,
And each separate dying ember wrought its ghost upon the floor.
Eagerly I wished the morrow; vainly I had sought to borrow
From my books surcease of sorrow, sorrow for the lost Lenore,..
For the rare and radiant maiden whom the angels name Lenore,
Nameless here forevermore.

O CORVO

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."

Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.


Trecho inicial de “O Corvo” (The Raven), escrito em 1845.
Tradução de Machado de Assis em 1883.

Para ler o poema integral clique aqui.

Fontes: Guia dos curiosos, Wikipedia.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Momento de Reflexão...

"Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz."
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SuSiRo (1)


Foto na facul.... hoje estamos um pouquinho diferentes, a cor do cabelo, mais magras (sempre), mas o sorriso no rosto é o mesmo....

Mude

Poema de Clarice Lispector:

MUDE

Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lugar da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair,
Procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas, calmamente,...

O Antes, O Depois e O Agora...

Antes...
Éramos simples seres que por um acaso (ou não) do destino estavam marcados para um encontro, numa universidade da cidade de São Paulo, que revolucionaria não só suas vidas, mas todo um universo.

Depois...
Por passarmos por experiências incríveis, nossa amizade se consolidou e evoluímos, talvez não tanto exteriormente, mas a maior evolução se deu dentro de nós.

Agora...
Mesmo não nos encontrando todos os dias como eram nos anos acadêmicos, nossa amizade está viva e só tende a crescer.

Como diz minha querida amiga Su:
"Amo-vos"